Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes, que aos nove anos de idade teve seu nome alterado para Vinicius de Moraes, nasceu no dia 19 de outubro de 1913, na Rua Lopes Quintas- Gávea, numa família de amantes das letras e da música, seguindo as duas vocações.
Aos onze anos, inicia o curso secundário no Colégio Santo Inácio, na rua São Clemente; passa a fazer parte do coro do colégio. Liga-se de grande amizade a seus colegas Moacyr Veloso Cardoso de Oliveira e Renato Pompéia da Fonseca Guimarães, este sobrinho de Raul Pompéia, com os quais escreve o “épico escolar”, em dez cantos de inspiração camoniana: os acadêmicos.
Por volta de seus catorze anos, conhece e torna-se amigo dos irmãos Paulo e Haroldo Tapajós, com os quais começa a compor. Com eles, e alguns colegas do colégio, forma um pequeno conjunto musical que atua em festinhas em casas de famílias conhecidas. Aos quinze anos compõe, com os irmãos Tapajós, “Loura ou Morena” e “Canção da Noite”, que têm grande sucesso popular.
Aos dezesseis anos bacharela-se em letras pelo Santo Inácio e no ano seguinte entra para a faculdade de Direito da rua do Catete.
Aos dezoito, entra para o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR). Aos vinte forma-se em Direito e conclui o Curso de Oficial de Reserva. Estimulado por Otávio Faria, amigo da faculdade, publica seu primeiro livro, O Caminho para a Distância, na Schimidt Editora.
Em 1935, publica Forma e exegese, com o qual ganha o prêmio Felipe d'Oliveira.
Em 1936, publica, em separata, o poema “Ariana, a uma mulher”. Substitui Prudente de Moraes Neto, como representante do Ministério da Educação junto à Censura Cinematográfica. Conhece Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, dos quais se torna amigo.
Em 1938, publica Novos Poemas e é agraciado com a primeira bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Atua como assistente do programa brasileiro da BBC. No ano seguinte, casa-se por procuração com Beatriz Azevedo de Mello e retorna ao Brasil , devido à eclosão da II Guerra Mundial.
Em 1941, começa a fazer jornalismo em A Manhã, como crítico cinematográfico e a colaborar no Suplemento Literário, ao lado de Rineiro Couto, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Afonso Arinos de Melo Franco, sob orientação de Múcio Leão e Cassiano Ricardo.
Em 1943, publica Cinco Elegias, em edição mandada fazer por Manuel Bandeira, Anibal Machado e Otávio Faria. Ingressa, por concurso, na carreira diplomática.
Em 1946, parte para Los Angeles, como vice-cônsul, em seu primeiro posto diplomático. Lá permanece por cinco anos sem voltar ao Brasil. Publica, em edição de luxo, ilustrada por Carlos Leão, seu livro Poemas, sonetos e baladas.
Em 1951, retorna ao Brasil e casa-se pela segunda vez com Lila Maria Esquerdo. Dois anos após, compõe seu primeiro samba, música e letra, “Quando tú passas por mim”.
Em 1954, sai a primeira edição de sua Antologia Poética; a revista Anhembi publica sua peça Orfeu da Conceição, premiada no concurso de teatro do IV Centenário do Estado de São Paulo.
Em 1956, colabora no quinzenário “Para Todos” a convite de seu amigo Jorge Amado, em cujo primeiro número publica o poema “O operário em construção”. Sua peça, Orfeu da Conceição, é publicada em edição comemorativa de luxo, com ilustrações de Carlos Scliar, e também encenada no Teatro Municipal. Convida Antônio Carlos Jobim para fazer a música do espetáculo, iniciando com ele a parceria que, logo depois, com a inclusão do cantor e violinista João Gilberto, daria início ao movimento de renovação da música popular brasileira, a Bossa Nova. Retorna a Paris no fim do ano.
Em 1957, é transferido da Embaixada em Paris para a Delegação do Brasil junto à UNESCO. No fim do ano, retorna ao Brasil e publica a primeira edição de seu livro Livro de Sonetos.
No ano seguinte, casa-se com Maria Lúcia Proença. Sai o LP Canção do Amor Demais, de músicas suas com Tom Jobim, cantadas por Elizete Cardoso. No disco, ouve-se, pela primeira vez, a batida da Bossa Nova, no violão de João Gilberto, que acompanha a cantora em algumas faixas, entre as quais o samba “Chega de Saudade”, considerado o marco inicial do movimento.
Em 1959, é lançado o LP Por Toda Minha Vida, de canções suas com Jobim, pela cantora Lenita Bruno. Publica o seu livro Novos Poemas II.
Em 1962, começa a compor com Baden Powell, dando início à série de afro-sambas, entre os quais, “Berimbau” e “Canto de Ossanha”. É publicada a primeira edição de Para Viver Um Grande Amor, pela Editora do Autor, livro de crônicas e poemas. Casa-se com Nelita Abreu Rocha.
Em 1966, é publicado seu livro de crônicas Para Uma Menina Com Uma Flor; no ano seguinte é publicada, pela Editora Sabiá, a sexta edição de sua Antologia Poética e a segunda de seu Livro de Sonetos.
Em 1968, aparece a primeira edição de sua Obra Poética; no ano seguinte, casa-se com Cristina Gurjão. Em 1970, casa-se com a atriz baiana Gesse Gessy. Três anos depois, publica “A Pablo Neruda”.
Em 1976, casa-se com Marta Rodrigues Santamaria.
Em 1979, acontece a leitura de seus poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, a convite do líder Sindical Luís Inácio Lula da Silva. Voltando de uma viagem da Europa, sofre um derrame cerebral no avião. É operado em 17 de abril de 1980, para a instalação de um dreno cerebral.
Morre, na manhã de 9 de julho, de edema pulmonar, em sua casa na Gávea, em companhia de Toquinho e de sua última mulher.
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Silvana,
ResponderExcluirParabéns pelo site.
Paz e amor,
Ricardo Borges