Apesar de começar a ser combatida na modernidade, a ideia de que a arte imita ou deve imitar a realidade é propagada desde a Antiguidade e ainda tem seus defensores nos dias de hoje.
No texto “A personagem de ficção”, de Anatol Rosenfeld, é citado o caso do livro Buddenbrooks. Neste, Thomas Mann conta uma história de ficção, que tem como pano de fundo a cidade de Lübeck, na Alemanha, “que existe na realidade”, ou melhor, que tem sua correspondente no real. O autor do livro sofreu muitas crítias pois, segundo leitores e moradores da cidade, mostrou Lübeck de um jeito irreal que “não correspondia ao que ela era na realiadade”. Conturdo, sabe-se que mesmo os aspectos que tem correspondentes no real, se estão em uma obra de ficção, são ficcionais, e só devem obedecer às regras de coesão e verossimilhança interna do texto.
Atualmente, fãs de anime* e mangás*, de livros best-sellers que criam universos paralelos (como as sagas Senhor dos Aneis e Harry Potter) fazem o chamado cosplay (do inglês costume, roupa e play, jogar), onde se vestem como os personagens e tentam agir como eles, fazendo seus movimentos típicos. No caso dos fãs do Senhor dos Aneis, de J.R.R. Tolkien, alguns até mesmo falam, em certas ocasiões e encontros, usando a língua criada pelo autor para grupos de personagens (a mais falada é o Sindarin, inspirado no Galês e com 10 mil falantes**).
Não se precisa nem mesmo ir muito longe: as telenovelas brasileiras (desconsiderando aqui o debate de estas serem arte), e masmedias em geral, a todo tempo lançam modas (de roupas e acessórios) e de idioletos (bordões) que, copiadas pelo público, caracterizam gerações.
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